6/06/2006

Perco mais tempo a pensar em títulos do que a escrever o post

Vocês talvez se lembrem de mim... Aquele tipo... Assim peculiar, estranho no seu jeito muito próprio. Com o cabelo assim encaracolado, liso, crespo, sujo, castanho, afro, ao lado, bizarro e despenteado... Assim com os dois dentes da frente um bocado tortos... A paranóia... E se os dentes me caissem? O que é que eu fazia? Não podia sair de casa. Como é que ia ao dentista? Não há dentistas ao domicílio. E que dentadura é que eu usava? Será que podia continuar a comer maçãs? Espero que não me caiam os dentes. Tenho que comprar uma escova nova. E se calhar uma pasta.
E se os glóbulos em vez de vermelhos fossem amarelo-lima? Como é que seria o mundo? A bandeira portuguesa seria amarelo-lima e verde. Uma lima ia-nos parecer um tomate. A cores dos exércitos do Inferno seriam muito diferentes. Amarelo-lima e preto... Será que o exército nazi teria uma suástica numa bandeira amarela-lima.
Será que existe Inferno? E se existir, será que depois de sermos torturados durante uns milénios, somos promovidos a demónios e passamos nós a torturar? Como é que uma pessoa pode passar uma eternidade a ser torturada? É muito tempo. Será que uma pessoa se aborrece? Será que pede ao demónio para usar o maçarico em vez das pinças com ácido porque já está farto? Será que o torturado e o demónio após tanto tempo de trabalho em equipa se tornam amigos? Se calhar não... Se calhar há turnos. Ora torturas este, ora torturas aqueles... Assim sempre mudava a rotina para os demónios... Mas perdia-se aquela interacção serviço-cliente bairrista que pode ser tão agradável.
Eu não gosto que estranhos falem comigo quando estou à espera do comboio. Eu só tenho uma resposta para qualquer coisa que eles digam... - "É verdade..." - é tudo o que eu digo. Já tentei pensar noutras respostas mais divertidas ou carismáticas. Mas não consegui. Volto sempre ao mesmo. Ainda agora tentei pensar numa engraçada para escrever e não consegui... É verdade.
Ontem encontrei dez euros no bolso. Fiquei contente... Mas por outro lado, eram dez euros que eu já eram meus, já os considerava perdidos. Uma coisa boa não apaga a má. Fiquei deprimido... Depois encontrei vinte euros na carteira. Ainda bem que não pus a carteira a lavar... Por outro lado, com os calções não haveria esse perigo. Eu nunca os lavo. São sujos. Mas eu gosto deles assim. Acho que não se deve tentar mudar uma coisa só porque tem um defeito. A sociedade determinou um padrão de limpeza que os meus calções não apreciam. Estou aborrecido, stressado, cansado, fatigado, esfomeado, com sede..ado, sentado, espantado, estonteado, fascinado, estupidificado, petrificado, santificado, malogrado, malfadado, amaldiaçoado, gozado, pisado, esborrachado, esmagado, aniquilado, extreminado.

Há males que vêm por bem. Há outros que vêm para nos estragar o esquema todo. Há outros que vêm mas não fazem nada. Ficam sentados a olhar e mandar comentários mordazes para o colega do lado. Há outros que dizem que vêm mas que depois não aparecem. Há outros que recusam-se determinadamente a vir. Há os que já vieram e ficarão, já vieram e estão e já vieram mas já se foram. Há uns e outros, pretos ou brancos, amarelos ou azuis, verdes ou índigo. Há os quadrados, circulares, redondos, triangulares. Há-os feitos em massa e os feitos à mão por um talentoso artesão. Há estes e aqueles. Os demais e os a menos. Há carnívoros e herbívoros. Há os omníveros que não se adaptam. Hás uns drogados, outros que bebem. Há uns que vão dirigível e outros no navio. Uns ardem outros afundam. Há os baleados, bombardeados, esfaqueados, gazeados, queimados, trucidados, mutilados, insultados, humilhados, esmurrados, pontapeados, empurrados, estripados. Há os feridos. Não há nenhum. Mas há sempre algum.

Estou farto. Vou parar. Podia ficar aqui o dia todo, mas isso é uma doença. Uma doença. Vão ler o Wikipedia. Ou uma enciclopédia comum. Do Círculo de Leitores. Parece nome de seita. Será que são uma seita. Há imenso tempo que não oiço falar deles. Será que cometeram suicídio em massa? Eu acho que se saberia... Mas ninguém quer saber deles. Mostra como os media são discriminatórios e só passam o que lhes convém. Abaixo os media. Abaixo tudo. Abaixo o computador e a Internet, a disquete e o CD, as colunas e o microfone, a web cam e a torre. Abaixo o lápis e a caneta, abaixo a lapiseira. Abaixo a borracha! Os erros não são para esconder. A não ser que sejam muito maus, nesse caso são para gozar e humilhar o responsável à frente de toda a gente.

Alguém leu tudo até aqui? Se sim, ok, está tudo bem. Se não, então vá... até logo...

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