8/29/2006

O regresso do que nunca partiu

O mundo chora.
Estalou a guerra...
As pessoas estavam sem esperança... Era altura de reconhecer a verdade:

O profeta não diz nada há mais de dois meses... Está desaparecido!

Mas acontece que essa não é verdade... Não. A verdade é bem mais sórdida que isso.
Eu passo a explicar os motivos da minha longa ausência...
Estava no meu jardim a regar as minhas petúnias... São plantas delicadas que necessitam dos meus cuidados. Estava a usar um daqueles chapéus de palha que a minha avó me deu. De repente fiquei sem água no regador... Estranho... Nunca me tinha acontecido... Já a suspeitar que algo estava errado, dirigi-me à cozinha para ir comer um pão com manteiga. Ainda abalado pelo que me tinha acontecido, pus-me a pensar na minha vida... Porque é que eu estou cá? Para onde é que eu vou? Qual o significado disto tudo? Eu sei que muitos de vocês dependem de mim para sobreviver... Para ultrapassar os pequenos obstáculos que a vida vos coloca à frente... Mas e eu? Só havia um sítio onde eu poderia encontrar as respostas para as minhas questões. Dirigi-me para Katmandu.
Foi uma longa viagem... Uma dura viagem. Quando cheguei lá reparei que não havia tantos hippies como estava à espera... Ainda bem. Subi as montanhas às cavalitas de uns sherpas, ia-me encontrar com um grande ancião místico que sabe tudo. Uma vez na neve, tive que esperar quinze minutos por ele. Tinha perdido o comboio. Ele tinha o passe, mas não tinha reparado que já era dia um e o revisor não o deixou continuar a viagem... Ou seja, ele teve que sair do comboio ir comprar passe e voltar a entrar... Mas acham que o comboio esperou dois minutos pelo grande ancião místico? Por acaso esperou. Ele tinha perdido o anterior. Talvez tenha sido melhor assim. Seja como for, ele chegou e tivemos uma conversa agradável. Jogámos poker, bebemos umas jolas e apanhámos uma granda estala. Acabei por não saber a resposta para as minhas dúvidas existenciais... Mas ele explicou-me que o regador tem que se voltar a encher com água para poder continuar a regar as petúnias... E quem diz as petúnias, diz jasmins ou rosas... Ou até malmequeres...

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