11/22/2007

Perfectouroboros

Olá. Quero falar sobre mim.
Eu adoro-me. Sou tão boa pessoa. Sou a melhor pessoa do mundo. Há uns tempos atrás, estava no comboio e adormeci... Acordei no Cais Sodré e saì à pressa da minha carruagem. Atrás de mim oiço um homem a perguntar a uma mulher - "Desculpe... Não deixou ali o seu cachecol?" - Não liguei. Cinco segundos depois, liguei. Era o meu cachecol. Voltei à carruagem e já não estava lá nada. O cachecol ficou sozinho cerca de dez segundos... E desapareceu que nem... Maddie... (estou envergonhado por ter recorrido a uma piada tão fácil e farsolas). Irritei-me. Primeiro, uma pessoa pensou que aquele cachecol era de mulher, quando claramente era de um tipo viríl e fantástico. Depois irritou-me pensar que uma pessoa olhou para um cachecol e sem pensar duas vezes tirou-o e ficou com ele. Essa pessoa não tem dignidade? Não lhe faz impressão pôr à volta do pescoço um artigo de roupa que ele nem sabe por onde andou e que tem um cheiro que lhe é estranho (se bem que magnífico)? Intriga-me.
Seja como for, hoje estava no comboio, e ao sair da minha carruagem, a mulher à minha frente deixou cair o cachecol... O que é que eu fiz? Eu, que fui injustiçado e roubado... Eu que fiquei com frio no pescoço o resto do dia... Disse "Olhe..." e dei-lhe o cachecol. Claro que jamais usaria um cachecol de mulher... Embora não seja assim tão diferente de um cachecol de homem. Não tinha desenhos... nem formas esquisitas nem nada. Era cinzento. Acho que tinha um símbolo. Mas era da marca. Parecia bom. E eu gosto de cinzento. Fui uma óptima pessoa.
Sou tão fantástico. Tenho montes de músculos. Tenho imensos músculos. Que músculos fantásticos que tenho. Os meus músculos incríveis aliados à minha personalidade imaculada formam uma pessoa tão perfeita que tive que inventar um novo adjectivo para me descrever. Os que havia não serviam. Eu sou PERFECTOUROBORUS! Misturei a palavra "Perfeito" com a palavra "Ouroboros"... Ouroboros é o símbolo que representa a eternidade. Sou eternamente perfeito. Sou tão inteligente. Que inteligente que sou. A minha inteligência é perfectouroboros... Tal como eu. Tudo em mim é perfectouroboros.

11/15/2007

O que tenho a dizer...

Meus amigos... O tempo urge. Rashminkariz aproxima-se. O dia do juízo final. A besta vai surgir mergulhada em chamas e vai-nos arrastar para as profundezas do abismo.
É por isso que vos quero falar dos meus pés. Eu tenho um problema. Todas as manhãs acordo com sono e pressa. Sou forçado a tomar banho na minha casa-de-banho (tenho outra, mas não quero falar nisso). Até aqui tudo normal e fabuloso... O problema é que a minha casa-de-banho não tem uma banheira. Tem em vez disso um poliban (não sei se é assim que se escreve, não vou confirmar). Um poliban ridículo. Não tenho espaço para me mexer, não tenho espaço para levantar as pernas nem para me curvar. Isto afecta-me porque não consigo lavar os pés, a não ser que me agache e fique de cócoras a esfregá-los. E esse complicado movimento, às sete da manhã, não é opção. Resultado: Os meus pés cheiram a enxofre misturado com lixo tóxico e fezes de porco. Não é exagero. Até porque sabem exactamente a isso. Uma vez deixei os meus pés de molho durante duas horas, depois dei a água que usei a um enólogo para este, com o seu paladar requintado, provar. Ele provou e distinguiu enxofre, lixo tóxico e fezes de porco. E queijo. Esqueci-me do queijo. Ele também distinguiu queijo. Roquefort. Do bom.
Moral da história: Não cheirem os meus pés.
Moral da história para canibais: Não comam os meus pés.

Aproveito, já agora, para deixar uma palavra. Dia 27 de Dezembro, voltem a esta página. A este... blog... Haverá uma surpresa para todos vós que de certeza vos deixará de rastos...e ... huh... surpreendidos.
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